Em uma entrevista exclusiva ao analista sênior de esportes da CNN, Darren Lewis, o grande jogador do Manchester United, Andy Cole, abriu-se sobre o impacto de seu pai, que fazia parte da geração Windrush, e suas próprias experiências com o racismo. Enquanto o mundo celebrava o Dia Windrush, Cole compartilhou a história de seu pai e lançou luz sobre as dificuldades enfrentadas pela comunidade afro-caribenha no Reino Unido.
Cole expressou profunda admiração por seu pai, Lincoln, que chegou ao Reino Unido em 1957 e trabalhou como mineiro de carvão na mina de Gedling em Nottingham por mais de duas décadas. Refletindo sobre a jornada de seu pai, Cole reconheceu os imensos desafios enfrentados por ele como parte da geração Windrush, que foi convidada a se estabelecer no Reino Unido e ajudar a reconstruir o país após a Segunda Guerra Mundial.
Durante esse período, o racismo contra imigrantes vindos da Commonwealth era prevalente, mas Cole observou que seu pai encontrou um senso de camaradagem e apoio entre seus colegas mineiros no subsolo. No entanto, uma vez que eles emergiam, a dinâmica racial voltava ao status quo discriminatório.
Cole ressaltou a necessidade de um maior reconhecimento das contribuições da geração Windrush para a sociedade britânica. Ele expressou decepção por esse tema não fazer parte do currículo nacional do Reino Unido e enfatizou a importância de reconhecer o papel dos afro-caribenhos britânicos na reconstrução do país.
O escândalo Windrush em 2018 expôs o tratamento injusto da geração pelo governo do Reino Unido, com pessoas sendo detidas erroneamente ou enfrentando deportação devido à falta de documentação de regularização. Embora o governo tenha iniciado um programa de compensação, o progresso tem sido lento, com apenas 5% das pessoas elegíveis recebendo compensação até novembro de 2021.
O racismo também assolou a carreira de Cole no futebol. Ele recordou o conselho de seu pai para ser “duas ou três vezes melhor do que seu colega branco” devido à discriminação que enfrentaria. Cole enfatizou que os abusos racistas e a falta de reconhecimento por suas conquistas o fizeram compreender a verdade nas palavras de seu pai.
Cole discutiu o persistente problema do racismo no futebol, citando os incidentes recentes envolvendo jogadores como Bukayo Saka, Jadon Sancho, Marcus Rashford, Vinícius Jr. e Romelu Lukaku. Ele pediu à FIFA e à UEFA que adotassem uma postura mais firme contra o racismo, instando-os a abordar a questão de forma mais eficaz e não varrer o problema para debaixo do tapete.
Apesar dos desafios, Cole expressou seu desejo de contribuir para o futebol em um cargo de alto nível, aproveitando suas experiências e natureza franca para fazer uma diferença tangível no esporte e além dele.
Enquanto o Dia Windrush serve como um lembrete das lutas e conquistas da geração Windrush, as palavras de Andy Cole lançam luz sobre o impacto duradouro do racismo e a necessidade de esforços contínuos para combater a discriminação em todos os aspectos da sociedade.