O mercado imobiliário nos Estados Unidos mostrou resiliência em abril, com os preços das casas aumentando pelo terceiro mês consecutivo, de acordo com o mais recente Índice de Preços de Imóveis Residenciais dos EUA S&P CoreLogic Case-Shiller, divulgado na terça-feira.
Após ajuste sazonal, o índice nacional subiu 0,5% em abril em comparação com março. Os composites de 10 cidades e 20 cidades também registraram aumentos, com alta de 1% e 0,9%, respectivamente. Antes dos ajustes sazonais, o índice nacional subiu 1,3% em relação a março. Esse crescimento em abril ocorre após um aumento em fevereiro, interrompendo uma sequência de sete meses consecutivos de queda mês a mês.
“O mercado imobiliário dos Estados Unidos continuou a se fortalecer em abril de 2023”, disse Craig Lazzara, diretor-gerente da S&P DJI. “Se eu estivesse tentando argumentar que a queda nos preços das casas que começou em junho de 2022 havia definitivamente acabado em janeiro de 2023, os dados de abril reforçariam meu argumento.”
Lazzara enfatizou que a recuperação é ampla. Os preços subiram em todas as 20 principais cidades acompanhadas pelo índice em uma base não ajustada sazonalmente. Ao considerar os dados ajustados sazonalmente, todas as cidades viram aumentos de preços, exceto o mercado de Phoenix, que experimentou uma ligeira diminuição.
No entanto, o mercado imobiliário ainda enfrenta desafios, como as taxas de juros atuais e a possibilidade de fraqueza econômica. A taxa média de juros para hipotecas fixas de 30 anos ficou em 6,67% na semana que terminou em 22 de junho, de acordo com dados divulgados pela Freddie Mac.
Em termos anuais, os preços das casas caíram 0,2%, marcando a primeira queda anual desde 2012, de acordo com o relatório da S&P. Em contraste, nesta mesma época do ano passado, os preços das casas estavam em uma fase quente, com três meses consecutivos de ganhos anuais superiores a 20%, atingindo o pico em junho de 2022.
Um fator contribuinte para a força dos preços das casas, apesar do aumento das taxas de juros hipotecários, é a baixa oferta no mercado. Com menos opções disponíveis para compradores em potencial, a concorrência aumenta, levando a preços mais altos.
Danielle Hale, economista-chefe da Realtor.com, explicou que os preços das casas são influenciados pelos ajustes das taxas de juros e pela concorrência impulsionada pela oferta limitada. Ela observou que os compradores estão esticando seus orçamentos para poderem comprar casas no mercado imobiliário caro atual. As altas taxas de juros hipotecários desencorajaram alguns proprietários a vender, resultando em atraso nas novas listagens e aumento da concorrência entre os compradores.
Hale prevê que uma desaceleração modesta nos preços continuará à medida que a acessibilidade se torne uma prioridade, com base em uma previsão revisada para o restante de 2023 da Realtor.com. No entanto, ela também reconheceu que as tendências de preços variarão em diferentes mercados.
De acordo com o relatório da S&P, as cidades com os maiores aumentos de preços ano a ano foram Miami (5,2% de alta), Chicago (4,1% de alta) e Atlanta (3,5% de alta). Por outro lado, Seattle (queda de 12,4%), San Francisco (queda de 11,1%) e Las Vegas (queda de 6,6%) experimentaram as maiores quedas de preços das casas em relação ao ano anterior.
