As construções em madeira têm causado impacto na indústria da construção, com impressionantes arranha-céus de madeira surgindo em vários países. Agora, a empresa imobiliária Atrium Ljungberg está levando o conceito para o próximo nível ao anunciar planos para construir a maior “cidade de madeira” do mundo em Estocolmo, na Suécia, a partir de 2025.
Conhecido como Stockholm Wood City, este ambicioso projeto abrangerá 7.000 espaços de escritório e 2.000 residências, criando um ambiente urbano vibrante com uma mistura de locais de trabalho, moradias, restaurantes e lojas. Com uma área impressionante de 250.000 metros quadrados (2,7 milhões de pés quadrados), é considerado o maior projeto de construção em madeira conhecido.
A cidade de madeira será localizada em Sickla, um bairro que já abriga mais de 400 empresas. A Atrium Ljungberg a descreve como uma “cidade de cinco minutos”, destacando a conveniência de ter locais de trabalho, residências, instalações de lazer e comodidades a uma curta distância a pé uns dos outros.
A madeira tem ganhado reconhecimento como uma alternativa sustentável ao concreto e ao aço. Embora as construções em madeira tenham sido tradicionalmente limitadas a residências unifamiliares e estruturas residenciais ou de escritório menores, esse empreendimento misto representa um marco inovador para a Suécia. Annica Ånäs, CEO da Atrium Ljungberg, expressou sua empolgação com o projeto, enfatizando sua importância para as capacidades construtivas do país.
Embora preocupações com riscos de incêndio em construções de madeira tenham sido levantadas, defensores argumentam que a madeira engenheirada queima em uma taxa lenta e previsível, tornando-a mais segura do que muitas estruturas de aço convencionais. Além disso, a madeira atua como um “sumidouro de carbono”, armazenando efetivamente dióxido de carbono em vez de liberá-lo na atmosfera.
As construções em madeira oferecem melhor qualidade do ar interno e podem ser construídas com emissões de carbono significativamente mais baixas em comparação com estruturas feitas com materiais convencionais. Um estudo publicado na revista Nature estimou que a construção de prédios de madeira de altura média suficientes para acomodar 90% dos novos moradores urbanos até 2100 resultaria em uma redução de 106 gigatoneladas de emissões de dióxido de carbono. Essa transformação exigiria o estabelecimento de plantações de madeira sustentáveis para evitar o desmatamento. Felizmente, a Suécia está bem equipada para essas inovações, com quase 70% de seu território coberto por florestas.
Considerando que o setor imobiliário é responsável por quase 40% das emissões globais, segundo a empresa de consultoria McKinsey, a Atrium Ljungberg busca dar exemplo para outros desenvolvedores e se tornar um catalisador para a inovação na indústria.
Os escritórios de arquitetura White Arkitekter e Henning Larsen estão projetando os primeiros prédios de Stockholm Wood City, com conclusão prevista para 2027. Esse empreendimento ambicioso não apenas mostra o potencial da construção em madeira, mas também demonstra o compromisso da Suécia com a sustentabilidade e o desenvolvimento responsável.
