As ruas da França foram novamente tomadas por protestos, com aproximadamente 150 pessoas sendo presas durante a segunda noite consecutiva de manifestações após um policial matar fatalmente um adolescente de 17 anos. Autoridades francesas confirmaram as prisões na quinta-feira, enquanto o Ministro do Interior, Gérald Darmanin, recorreu ao Twitter para expressar sua consternação com a “violência intolerável” que se desencadeou, com relatos de prefeituras, escolas e delegacias sendo incendiadas ou atacadas.
A agitação decorre do trágico incidente que ocorreu durante uma abordagem de rotina no subúrbio de Nanterre, em Paris. O adolescente de 17 anos, identificado como Naël, foi baleado por um policial, desencadeando uma onda de protestos violentos em vários subúrbios parisienses na noite de terça-feira. Autoridades francesas relataram que 24 policiais ficaram feridos e 40 carros foram incendiados durante o surto inicial de raiva.
Em antecipação a possíveis novos episódios de violência, mais 2.000 policiais foram enviados na tarde de quarta-feira. No entanto, a noite testemunhou novos confrontos e atos de agressão, resultando nas prisões efetuadas pelas autoridades. O Ministro Darmanin expressou seu apoio à polícia e aos bombeiros, condenando aqueles que não pediram calma diante da agitação.
O policial envolvido no tiroteio foi detido na terça-feira e agora será interrogado pelos promotores, conforme confirmado pelo escritório do promotor de Nanterre. O incidente e os protestos subsequentes levaram o presidente francês, Emmanuel Macron, a convocar uma reunião da unidade de crise interministerial para lidar com a situação e discutir a necessidade de ações imediatas.
Em comunicado à imprensa, o presidente Macron condenou a violência contra as instituições e a república, enfatizando que tais ações são completamente injustificáveis. O porta-voz do governo francês, Olivier Véran, ecoou esses sentimentos, afirmando que os manifestantes não estavam honrando a memória de Naël. Véran expressou preocupação com os ataques a prédios do governo, descrevendo-os como atos “organizados” e potencialmente coordenados.
Véran pediu uma saída coletiva para lidar com as queixas, sugerindo uma marcha solene como forma de buscar justiça para o jovem, em vez de recorrer à violência adicional. A mãe de Naël também convocou uma marcha, agendada para a tarde de quinta-feira, para exigir respostas e responsabilização pela morte de seu filho.
A investigação sobre o incidente está em andamento, com os promotores revelando que Naël estava em um Mercedes AMG com outras duas pessoas no momento do tiroteio. Apesar da intervenção de equipes médicas de emergência, o adolescente não resistiu aos ferimentos. Um passageiro foi detido, mas posteriormente liberado, enquanto outro passageiro, que se acredita ter fugido do local, permanece desaparecido.
O escritório do promotor ordenou uma autópsia e exames adicionais, incluindo um relatório toxicológico, para esclarecer as circunstâncias em torno da morte de Naël. A polícia nacional também está conduzindo sua própria investigação, conforme confirmado pelo Ministro do Interior, Darmanin.
Enquanto a França lida com as consequências desse evento trágico, os protestos e a agitação servem como um lembrete contundente das tensões e problemas profundos que continuam a afligir a sociedade. A busca por justiça e responsabilidade continua em destaque, à medida que as autoridades e o público procuram abordar as causas subjacentes e evitar novas perdas de vidas em encontros com a aplicação da lei.