O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky não poupou palavras em uma entrevista exclusiva, criticando o presidente russo Vladimir Putin como “fraco” e afirmando que Putin está perdendo o controle sobre seu próprio povo. Os comentários de Zelensky surgem na sequência da rebelião armada liderada por Yevgeny Prigozhin, chefe do grupo paramilitar Wagner, que representou uma ameaça significativa à autoridade de Putin.
Falando em uma entrevista com Erin Burnett em Odesa, Zelensky expressou suas observações sobre a resposta de Putin à rebelião de Wagner. “Vemos a reação de Putin. É fraca”, afirmou Zelensky. “Primeiro, vemos que ele não controla tudo. O avanço do movimento de Wagner para o interior da Rússia e o controle deles sobre certas regiões demonstram o quão fácil é desafiar a autoridade de Putin. Ele não tem controle sobre a situação nessas regiões. Toda aquela vertical de poder que ele costumava ter está desmoronando.”
Vídeos geolocalizados e verificados por fontes mostraram multidões aplaudindo quando o veículo de Prigozhin partiu da cidade russa de Rostov-on-Don em 24 de junho, com alguns russos apoiando os combatentes de Wagner que desafiaram o governo de Putin. Zelensky afirmou que relatórios de inteligência ucranianos indicavam que o Kremlin estava avaliando o apoio a Prigozhin, e ele alegou que metade da Rússia apoiava tanto Prigozhin quanto a rebelião de Wagner.
O momento da entrevista com Zelensky é crucial, pois ocorre após a insurreição fracassada de Prigozhin e os esforços contínuos da Ucrânia para retomar o controle de territórios ocupados. Os aliados ocidentais têm observado de perto o avanço da Ucrânia, e foi revelado que o chefe da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), Bill Burns, visitou recentemente Kiev, onde se encontrou com Zelensky e autoridades de inteligência ucranianas.
Zelensky expressou surpresa com as notícias da mídia sobre sua reunião com Burns, enfatizando que tal comunicação deve permanecer nos bastidores. No entanto, ele reconheceu a forte relação entre a Ucrânia e a CIA, afirmando: “Não temos segredos em relação à CIA porque temos boas relações, e nossos serviços de inteligência conversam entre si. A situação é bastante clara. Temos boas relações com o chefe da CIA, e estamos conversando. Eu o informei sobre todas as coisas importantes relacionadas ao campo de batalha que precisamos”.
Zelensky também discutiu seu objetivo final de libertar a Crimeia, a península que foi anexada pela Rússia em 2014, violando o direito internacional. Ele afirmou: “Não podemos imaginar a Ucrânia sem a Crimeia. E enquanto a Crimeia estiver sob ocupação russa, isso significa apenas uma coisa: a guerra ainda não acabou”. Quando questionado se há algum cenário em que a paz possa ser alcançada sem a Crimeia, Zelensky respondeu: “Então não será uma vitória”.
À medida que as tensões continuam a aumentar entre a Ucrânia e a Rússia, as declarações firmes de Zelensky refletem a determinação do governo ucraniano em retomar o controle de seus territórios e desafiar a autoridade de Putin. A comunidade internacional estará acompanhando de perto os desenvolvimentos na região, com a esperança de uma resolução pacífica e estabilidade no leste europeu.
